Deus Filho lhe confia Sua Divina Mãe: ele será o guardião, o tutor desta Virgem Imaculada, da mais Santa e mais Augusta criatura que Deus possa criar. Ele será mesmo o seu esposo: ele terá direito à sua submissão, ao seu amor e Maria o honrará e o amará nesta qualidade.
Que honra para São José estar assim unido Àquela que Jesus chama Sua Mãe e que será logo declarada Rainha do Céu e da terra, dos Anjos e dos homens. Mas as honras e as dignidades não fazem a santidade, quando elas vêm de Deus, elas já supõem a santidade naquele que Deus honra assim. Qual deve, portanto, ser a santidade de São José para merecer tantos favores e exclusivamente entre todos os outros. Ele deve, portanto, ser o maior Santo, pois convinha que Deus escolhesse o homem mais perfeito e mais digno para uma tão eminente missão em relação a Jesus e Maria.
Qual foi a santidade de São José? Ela foi de acordo com sua dignidade. Ele é o esposo da sempre Virgem Maria, mas um esposo virgem e sempre virgem: sua virtude brilhará com todo o seu esplendor na primeira suspeita da gravidez de Maria e cujo Mistério ele ignorava. Ele é o pai adotivo de Jesus, seu pai legal, seu pai nutrício. Por isso, com qual fidelidade, qual dedicação, qual amor, ele serve a Jesus em Belém, no Egito, em Nazaré, até a sua morte; é que Jesus era o seu único Tesouro. Com que fidelidade José guarda o segredo de Jesus e de Maria. Ele é o único homem no mundo que é o depositário e como que o dono de tantos tesouros. Uma palavra, uma única palavra de sua parte e ele se cobriria de glória por ser um tão feliz esposo e um pai tão honrado. Pois bem, não! ele gozará sozinho de sua felicidade na obscuridade de sua profissão, na pobreza de sua vida, no esquecimento do mundo. Que belo exemplo de humildade para nós, em ocultar os dons de Deus, nossas fracas virtudes, a fim de preservá-los da vaidade humana.
Se São José foi grande sobre a terra por sua dignidade e suas virtudes, ele é ainda maior no Céu; aí ele é onipotente. Onipotente do poder do Pai Celeste, cuja autoridade ele partilhara na terra. E Deus Pai poderia recusar alguma coisa àquele a quem Ele entregou Seu Filho? Ele é aí onipotente do poder de Jesus Cristo sobre Quem ele teve toda autoridade na terra e que lhe obedeceu como seu filho. Portanto, será que Jesus poderia recusar alguma coisa àquele a quem Ele chamou seu pai e que cumpriu todos os deveres relativos para com Ele? Oh não! Isto não é possível, a glória de Jesus está em submeter-lhe ainda Sua Onipotência, como lhe submeteu toda a Sua Vontade. São José é onipotente do poder de Maria, sua Santa Esposa, e Maria partilha com ele sua glória e seu poder. A Rainha do Céu poderia recusar alguma coisa àquele que Ela honrou e serviu como seu digno esposo, e amou como seu pai? Oh não! Isto não é possível. […]
São José é o patrono das famílias cristãs, tomai-o como patrono de vossa família e logo experimentareis as suas bênçãos de proteção e de salvação. São José é o patrono das vocações cristãs. Ah! como tendes necessidade de suplicar-lhe, de invocá-lo, para bem cumprir vossos deveres, para bem orientar a vocação de vossos filhos. Ah! inspirai-lhes sua devoção, ela lhes trará felicidade. São José é o patrono das pessoas aflitas, pois ele também teve muitas penas. Em vossas dificuldades, dirigi-vos a São José. Santa Tereza nos ensina que jamais ela pediu alguma coisa a São José sem que tenha logo obtido. Tende, pois, sua confiança e obtereis tudo. Enfim São José é o patrono da boa morte, porque ele morreu entre os braços de Jesus e de Maria. […]
(Conferência feita por São Pedro Julião Eymard em 7 de março de 1849, durante a Reunião da Ordem Terceira de Maria, quando ele era Sacerdote Marista.)