Como é maravilhoso contemplar a multiplicidade e variedade dos dons de Deus nestes heróis da fidelidade a Jesus Cristo e ao Seu Evangelho!
Consideremos, pois, brevemente as aspirações e os esforços de São Pedro Julião Eymard em seu ardentíssimo ideal de santidade.
Já nos é bem conhecido como São Pedro Julião Eymard esteve em contacto direto, íntimo e constante com a Fonte de toda santidade – Jesus Presente e Vivo na Santíssima Eucaristia – mesmo antes do seu nascimento e desde a sua mais tenra infância. Mas, se é verdade que toda santidade é, antes de tudo, dom de Deus, é também verdade que a colaboração pessoal é indispensável no processo de santificação. E é esta colaboração pessoal com as graças que Deus lhe ia concedendo, que podemos perceber e admirar em Santo Eymard também desde os seus mais tenros anos.
Além de ter o horror ao pecado, ele trabalhava sem cessar em sua santificação. Ainda bem pequeno, quando normalmente a criança só pensa em se divertir, ele já queria ser Padre e salvar almas.
Este trabalho de sua santificação, ele o prosseguiu por toda a sua vida sem desânimo e sem interrupção.
Existe um volume inteiro de notas pessoais, de Retiros mensais e anuais, tomadas por ele, que bem comprovam que sua preocupação constante, única, era esta: tornar-se um santo.
“Quero ser um santo, dizia o Padre Eymard algumas vezes, sorrindo, quero ser um santo. – Ó Eymard (dizia ele a si mesmo), é preciso que tu sejas um santo. Assim o espero.” E acrescentava em sua grande humildade: “Contudo, ainda não fiz nada, quando olho para trás. Nada vejo.”
Escrevendo à sua irmã em 13 de Janeiro de 1844, ele diz: “Nada digo a meu respeito, senão que estou bem e que tenho um grande desejo de ser santo para poder fazer santos e, assim, glorificar a Deus.”
Mais tarde, vários anos após a fundação de suas duas Congregações, num Retiro que ele fez em Roma em 1863, ele escreveu em suas notas pessoais: “Quero tornar-me um santo para a honra de meu Mestre: sinto que isto vai me pedir sacrifícios!
Farei o bem sem glória, sem sucesso… É preciso que cada Vocação me custe uma morte e que ninguém se aperceba disto. Somente pelo sofrimento poderei servir um pouco a Congregação de Nosso Senhor.”
“Reinai, ó Senhor Jesus! Possa eu pelo meu próprio aniquilamento tornar-me o escabelo do Vosso Trono Eucarístico!”
E explicava assim a sua admirável perseverança na busca da santidade: “Não ambiciono ser virtuoso para mim, mas meu Serviço Eucarístico exige que me torne hábil para Nosso Senhor, agradável ao meu Mestre.”
Podemos encerrar com um pensamento do Padre Eymard que bem resume todo o seu processo de santificação: “O CÉU COROA OS SANTOS, MAS A EUCARISTIA É QUEM OS FAZ”.